quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Biografia de Guimarães Rosa

Guimarães Rosa


    João Guimarães Rosa nasceu no dia 27 de junho de 1908, em Cordisburgo (Minas Gerais).
    Em 1930, forma-se em medicina e atua como médico em várias cidades do interior mineiro, bem como voluntário da Força pública, por ocasião da Revolução Constitucionalista de 1932. Demonstra um grande interesse pela natureza, pelos sertanejos e pelo estudo de outras línguas.
    Em 1934, inicia carreira diplomática, prestando concurso para o Ministério do Exterior e vai à serviço do estado para a Alemanha, durante a II Guerra Mundial indo posteriormente para Colômbia e França. Em 1942 o Brasil rompe com a Alemanha e Guimarães Rosa é internado em Baden-Baden.
    Retorna para o Brasil e segue para Bogotá, como secretário de Embaixada, permanecendo até 1944. Segue sua carreira política em meio a suas publicações literárias.
    Em 1946 publica “Sagarana” pela Editora Universal, obra que recebe o Prêmio Sociedade Felipe d’Oliveira. Neste mesmo ano vai a Paris como membro da delegação à Conferência da Paz.
    Nos anos seguintes participa de várias viagens a trabalho, nas quais tem a oportunidade de conhecer o sertão brasileiro, o interior de Minas Gerais, e outros países.
    Em 1956 lança sua maior obra: Grande Sertão: Veredas, que virá a receber os prêmio Machado de Assis, Carmem Dolores Barbosa e Paula Brito.
    Em 1958, foi nomeado ministro; é dessa época o reconhecimento da genialidade do escritor, em conseqüência da publicação de Corpo de baile e Grande sertão: veredas.
    Em 1963 se candidata pela segunda vez à Academia Brasileira de Letras e é eleito por unanimidade a 8 de Agosto.
    Em 16 de novembro de 1967, toma posse na Academia Brasileira de Letras.
    Guimarães Rosa faleceu três anos depois, vítima de enfarte, em 19 de novembro.
    No ano seguinte é publicado o volume “Em Memória de João Guimarães Rosa, e em 1969 e 1970 os livros “Estas Estórias” e “Ave, Palavra".
Obras de Guimarães Rosa

        

                  









 

Texto de Guimarães Rosa que temos que decorar

      "A gente podia ficar tempo, era bom, junto com o gato Sossõe. Ele só fugiu quando escutou de vir chegando na tulha àquele menino dentuco, o Majéla, filho de seu Deográcias, mas todos o chamavam de o Patori.
      O Patori gritando já vinha:
      "-Vem, Miguilim, ajudar a tacar pedra: os meninos acharam um sapo enorme!"
      Miguilim não queria ir, não gostava de sapos. Não era como a Chica, que puxava a rã verde por uma perna, amarrava num fio de embira, prendia-a no pau da cerca. Por paz, não estava querendo também bricar junto com o Patori, esse menino maldoso, diabrava. "-Ele tem olho ruim", - a Rosa dizia - "quando a gente está comendo, e ele espia, a gente pega dor-de-cabeca".